terça-feira, 9 de outubro de 2007

Crianças Xavantes





"- AS CRIANÇAS INDÍGENAS -

Todas as sociedades humanas constróem brinquedos para as suas crianças. Os brinquedos construídos e utilizados nas sociedades indígenas, no Brasil, variam de acordo com as matérias-primas encontradas no meio ambiente em que esses grupos vivem, sendo que os brinquedos mais comuns são feitos de palha, madeira ou barro. As mulheres costumam fabricar mini bonecas de barro para as suas filhas brincarem. É muito comum também os adultos fabricarem para os seus filhos objectos de palha que representam os animais da floresta, ou elementos que estão presentes no dia-a-dia, como os aviões, que sobrevoam as aldeias.

Hoje também é comum as crianças indígenas pedirem aos seus pais bonecas e bolas de plástico quando estes vão às cidades. Os brinquedos são, em geral, miniaturas de objectos do uso quotidiano de cada sociedade e têm como objectivo divertir as crianças e educá-las para o desempenho das tarefas que irão realizar quando adultas. Nas sociedades indígenas, a organização do trabalho baseia-se na divisão das tarefas por sexo.

As crianças, desde cedo, aprendem a lidar com essa regra nas suas brincadeiras e pequenas tarefas. Os bebés, até aprenderem a andar, vivem aconchegados junto ao corpo da mãe, no macio da tipóia de algodão, feita especialmente para carregá-los, ou na rede. Já as crianças pequenas, de até 3 ou 4 anos, brincam com outras crianças de ambos os sexos e divertem-se com os seus brinquedos ou com algum cesto velho, já sem utilidade. Mas estão sempre próximas às mães, pois costumam ser amamentadas até essa idade. É comum, também, que uma irmã mais velha, adolescente, tome conta das crianças menores, enquanto a mãe prepara os alimentos. A partir dos 4 anos, aproximadamente, as raparigas recebem do seu pai um pequeno cesto cargueiro, confeccionado com finas tiras do arbusto arumã, especialmente para elas. É seu primeiro trançado, dos muitos que receberá ao longo de sua vida. Cabe às mulheres e às raparigas a utilização dos cestos e vários outros tipos de trançados para a realização das tarefas domésticas. Cabe exclusivamente aos homens e aos rapazes a sua confecção. Através da imitação, arrancando as batatas e transportando-as para a aldeia nos seus cesto cargueiros, as meninas vão aprendendo o trabalho feminino, em especial o processo da confecção do beiju, uma espécie de panqueca de mandioca muito consumida pelos povos indígenas brasileiros. Os rapazes, do seu pai, recebem um pequeno arco e diversas flechas, com os quais iram brincar. Por volta dos 7 ou 8 anos, os meninos possuem rede própria e já circulam sozinhos pelos arredores da aldeia. A independência em relação a sua mãe é completa podendo então passar a acompanhar o pai ou o irmão mais velho em caçadas, pescarias e incursões na floresta, dando início ao longo processo de aprendizagem das tarefas masculinas. Os jovens devem exercer e dominar as tarefas próprias de seu género, masculino ou feminino, e de sua idade.

As actividades que irão desempenhar na vida adulta são lhes ensinadas ao longo dos anos, no acompanhamento e observação da realização das tarefas desempenhadas por seus pais, prestando-lhes também ajuda. As principais actividades do universo feminino a serem aprendidas pelas meninas, que as exercerão plenamente quando adultas, consistem basicamente na plantação, colheita e conservação da roça, transporte de lenha e preparo dos alimentos, preparação das bebidas fermentadas, fiação do algodão, confecção de redes, cerâmica e educação das crianças.

As principais actividades do universo masculino a serem aprendidas pelos meninos, que as exercerão quando adultos, são basicamente preparo do terreno para o plantio, caça, confecção de arco e flecha, cestaria, confecção de enfeites plumários, construção de casas. Em geral, as actividades ligadas à pesca com timbó são realizadas por ambos os sexos.

O período de reclusão ritual a que são submetidos os jovens de ambos os sexos varia em cada sociedade. Esse período marca o término do que é considerado como adolescência, nas sociedades indígenas, que para as meninas acontece, geralmente, quando vem a primeira menstruação.

Nas culturas indígenas, o processo de socialização das crianças é considerado tarefa de todos, cabendo às mães e aos pais a orientação nas tarefas e comportamentos que a comunidade espera desse novo membro do grupo. Cabe às crianças brincar e ter a sua mãe sempre por perto para protegê-las, sem jamais levantar a voz, discutir ou bater-lhes. Uma boa mãe e um bom pai educam com autoridade, desenvolvendo na criança a atenção e a observação pessoal, bem como a importância da repetição de uma tarefa até a sua plena aprendizagem. Cabe a todos desenvolver na criança o senso de responsabilidade e o respeito às regras sociais de sua comunidade."

Fonte http://images.google.com.br/imgres?

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