quarta-feira, 17 de março de 2010

Não destrua a Vida de Uma Mulher Indígena-Republico, no mês da Mulher


Amigos:muito especialmente,solicito que , conosco, entre nessa campanha pelas do GRUMIN (presidido pela escritora Eliane Potiguara),pelas mulheres indígenas..

Precisamos entrar nessa campanha!Divulgue para suas listas.Coloque onde puder, em sites,HPs, news,jornais. Envio a pg de meu blog, onde começo a campanha.Use conforme ficar melhor.

No site ,há os textos completos da Eliane, que listo abaixo.





23/11/2006 08h17

"Não destrua a Vida de Uma Mulher Indígena"

Imagem:uma foto mais antiga de Eliane Potiguara, que encontrei em meu arquivo, mas não tenho os créditos.Se Eliane puder mandar-me seus dados, agradecerei.
"Não Destrua a Vida de Uma Mulher Indígena"

Campanha do GRUMIN


A bela e dinâmica escritora Eliane Potiguara,da Rede de Escritoras Brasileiras(REBRA) à frente da Rede de Defesa Indígena(GRUMIN),que ficou muito conhecida no Brasil depois da publicaçãode Metade Máscara, Metade Cara,onde a dicotomia entre ser de origem indígena brasileira e ser alguém-no-mundo,"aculturada" e com oportunidades de ter estudado, são demostradas de forma verdadeira, pungente e até nas entrelinhas.Mantém site e correspondência sobre atualidade indígena em nosso País.

Agora, Eliane, a quem eu muito admiro e a quem ofereci meu livreto coma poesia "A Indiazinha e o Natal"(*)-o qual, quando sair uma edição definitiva, será oferecido ao GRUMIN, conforme prometido,pois a primeira, em edição do autor, teve capa indevida-está à frente de importãncia campanha.

Volta e meia se lê nos jornais sobre violências cometidas pelos donos do poder contra os donos da Terra brasilis.De onde a nossa ancestralidade se reporta.Temos vários sangues nas veias, o negro é um deles, o europeu outros, e dos indígenas, que quando miscigenados com os negros, deram origem aos cafuzos.Estes, também chamados popularmente de caburés ou puris, em geral tinham a pele mais escura que os nativos,mas conservavam os cabelos lisos, típicos da gente brasileira genuína, à feição dos orientais-e em cujo facies,encontramos muitas semelhanças com estes.
os tipos sanguíneos cruzados com as antigas famílias européias, como as portuguesas e hoklandesas, pois os dominadore e conquistadores e invasores que por aqui andavam,
Imaginem o quanto esse homens, vindos de países distantes, onde omoralismo era a tônica, as vestes escondendo e prometendo, sentiralm ao ver a beleza plena e natural das mulheres indígenas, às chamatram índias, por pensarem haver aportado Às Índias.Certamente os cabelos escuros e lisos reforçaram essa idéia.
Na carta de Pero Vaz de Caminha, narrando a seu rei o que aqui encontraram,lemos que a sensualidade,a forma física delas lhes chamava -lhes a atenção.As européias não se depilavam, quase não se banhavam e os homens encontram belezas puras, limpíssimas,acostumadas a banhos de rio, mar e cachoeira ,as águas sempre presentes nas brincadeiras, desde a infância aos adultos,nos rituais, nos partos...
,quentes de sol ,acostumadas a navegar em suas igaras , a cultivar seus roçados,a dançar, a caminhar,o que lhes mantinha os jovens corpos em forma.Não se sabe com que olharam para as velhas.Para a sua sabedoria milenar.Os índígenas eram saudáveis,não conheciam doenças que assolavam a Europa.As moças não apresentavam pêlos pubianos na genitália exposta, que muitos daqueles cidadãos e navegadores, marinheiros e degredados que para cá foram enviados para ajudar a conquistar a nona colônia,jamais haviam sequer visto, exceto na estatuária,na pintura, ou, no caso de crianças, nos anjinhos das igrejas e obras acadêmicas.Os órgãos sexuais externos eram eufemisticamente chamados "partes".

Caminha então, conta a seu rei sobre essa beleza natural:

“Uma daquelas moças era toda tingida, de fundo acima, daquela tintura a qual é certo era tão bem feita e tão redonda a sua vergonha, que ela não tinha, tão graciosa que muitas mulheres de nossa terra vendo-lhes tais feições fizera vergonha por não terem a sua como ela”.

(...)"suas vergonhas tão altas e cerradinhas"(...),narra, dizendo que os habitantes tinham .Há um trecho, em que percebe claramente o quanto as roupas européias teriam embutidas emtantos panos e atavios, a noção de do pecado original, tão difundido num País de reis católicos:

“... a que deram um pano com que se cobrissem e puseram-lho ao redor de si. Mas ao sentar não fazia memória de o muito entender para se cobrir. Assim senhor, que a inocência desta gente é tal que a de Adão não seria mais quanto a vergonha.”

Há algum tempo, andei revendo , de meu arquivo,fotos antigas, onde os nativos são expostos a uma câmara fotográfica e posam quais estátuas de cera,olhar perdido, saudoso de sua genuína forma deforma de ser.Colocam-lhe panos sobre os genitais,percebe-se a pose forçada.Há doentes mentais , confinados em hospícios -hoje,no Brasil há uma luta muito grande pelo hospital-dia, onde a prisão nosocomial é trocada por terapias e a pessoa volta para casa, para não perder-se dos elos familiares também às o fotógrafo usando seus corpos como se fossem modelos sem vida.Na olhar que fugiu, a alma que se perdeu na saudade.Assim como os negros morriam de banzo,saudosos da sua África, muitos nativos, às vezes levados paraa Europa, paraa Corte,quais animais raros para exposição, muitos deles usados para a arte- e a triste realidade:muitas mulheres abusadas sexualmente.Donde a miscigenação.

Há doentes mentais , confinados em hospícios -hoje,no Brasil há uma luta muito grande pelo hospital-dia, onde a prisão nosocomial é trocada por terapias e a pessoa volta para casa, para não perder-se dos elos familiares .Aquela pessoa que ostenta o que os franceses chamam "La belle indiferènce", numdado momento , após dias de fuga interna extremada, parece acordar, sai correndo, tentasuicidar-se por não suportar mais, literalmente, estar à mercê de alguém .Mesmo que seja um médico.De repente, a alma volta e cobra a liberdade de ser.O olhar apagado qual uma luz quandose vai dormir, é acesa.Todas as luzes da casa mental se acendem e a pessoa percebe a não suportação inevitável.

Acredito que num dado momento, o sol quente e luminoso da terra nativa, se acendesse novamente nas almas deprimidas,recalcadas.E quisessemmorrer.como única escapatória.Longe de suas crenças, rituais, da "natureza aqui perpetuamente em festa", como disse Olavo Bilac em poesia que muito declamei na infãncia,gente, costumes, os índios sossobravam.Por isso, das muitas piopul~ções , existem hoje tão poucos representantes...


Quando, no Centro Cultural S.Bernardo, fui conhecer Ailton Krenack, uma pessoa linda, culta, mas sobretudo representante de sua bela raça, dançamos com ele , numa das danças circulares, ao avô rio.As lágrimas desciam-me pelo rosto.Todos nós, os Oficialmente "civilizados"estavam extremamente emocionados.Os espíritos das árvores do pátio externo, elastambém descendentes e sobreviventes na cidade grande, começarama emitir sinais.Quase entro em transe, e vi minha tataravó ou tetravó indígena.Sempre ouvi minha mãe e minha avó, com todos os traços fisionômicos de meus ancestrais indígenas,contar dessa pessoa, "caçada a laço", por meu tataravô ou tetravô, fascinado por sua beleza e que levou para a fazenda, a fim de com ela coabitar e ela pariu esses meus ascendentes.

Não posso, passar, mesmo dentro de ônibus ou carro, por uma estrada em frente a alguma matinha, que sinto a imediata vontade de descer e adentrar ali.Um chamamento de reconhecimento.E quando, em alguma trilha ou excursão, adentro em uma, reconheço tudo.E reconheço-me.Passei a vida viajando,somente retornei a Natal(RN) , já adulta e mãe.Os parentes se perderam no tempo e no espaço.Jamais pude chegar a essas origens.Como catarse, escrevi sua história.Ou inspirada pelo espírito maior, ou apenas com meu inaginário de escritora.

Agora, Eliane Potiguara preocupa-se com o suicídio dos índios.Dos abusos cometidos contra as mulheres, seu especial foco de cuidados, e pede que enviem as histórias que conhecem, que denunciem , e coloca o GRUMIN como um cofo(assim chamam, no Maranhão, os cestos de folhas palmeiras que trançam imediatamente,ao precisar guardar ou transportar algo, uma obra de artesanato linda, feita à frente de seus olhos perplexosUm embalagem natural).O Grumin precisa armazenar e divulgar esses depoimentos e impressões.E mais:quer lutar para que isso acabe.Os representantes das etnias brasileiras já são tão poucos, como permitir -lhes o auto-extermínio por absoluta falta de mojepotara(*)?

Clevane pessoa de Araújo Lopes, Belo Horizonte,23/11/2006
Diretora Regional do InBrasCi
Vice Presidente do IMEL
Embaixadora Universal da paz(CUAP-Genebra, Suiça)

Por favor, divulgue.

(*)Ontem conversava com Ricardo Evangelista,sociólogo e poeta , autor de mojepotara, que na linguagem indígena significa "acender o fogo".É preciso que ajudemos a manter, qual chama votiva, o fogo , para que a escuridão não tome conta dos espíritos de nossos irmãos...Lembrei-me agora, ao pensar na luz que deve a voltar a brilhar dentro dos indígenas brasileiras, os quais, se têm oportunidades, podem mostrar-se brilhantes, por sua de inteligência, cultura, filosofia de vida.

Clevane


SERVIÇO:
GRUMIN/Rede de Comunicação Indígena/Notícias Diárias
Clique aqui se não estiver abrindo os links ou veja em

http://blog.elianepotiguara.org.br/ NOTÍCIAS DIÁRIAS

Veja as chamadas abaixo, navegue até ao site, banhe-se com o sol da nossa ancestralidade.

1-CAMPANHA GRUMIN: NÃO DESTRUA A VIDA DE UMA MULHER INDÍGENA!
Resumo:Iniciamos aqui uma Campanha contra a violência às mulheres indígenas no Brasil.A onda de suicídios de jovens homens e mulheres, tanto no norte do país quanto na região amazônica tem gerado muita revolta entre as mães indígenas que acabam não vendo solução para o problema e acabam traumatizadas, enfermas, stressadas e abaladas psicologicamente.
Continuar lendo...

2-Índios ameaçam protestar omissão
Resumo:Um alto índice de criminalidade está sendo registrado na reserva indígena de Dourados, mesmo assim, os trabalhos de segurança, que estavam sendo realizados pela equipe da Operação Sucuri, foram cancelados há 60 dias pela Funai.
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GRUMIN/Rede de Comunicação Indígena
ELIANE POTIGUARA
“A violação aos Direitos Indígenas
divide famílias. O respeito as suas tradições, identidade, cosmovisão, espiritualidade e ancestralidade
perpetuam o AMOR entre povos e entre homem e mulher”. Texto: Eliane Potiguara

Visite esses 03 SITES
http://www.elianepotiguara.org.br
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E-mail: elianepotiguara@uol.com.br
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Publicado originalmente ,por Clevane Pessoa de Araújo Lopes em 23/11/2006 às 08h17