terça-feira, 6 de novembro de 2007

Édison Pereira de Almeida:índios Xoklengs



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06/11/2007 14h04
Edson Almeida Pereira, de Portugal(Ilha da Madeira), nos escreve.
Edson Almeida Pereira, de Portugal,responde de forma interessantíssima, sobre os índios Xoklengs, mencionados no poema publicado neste blog,de Lindolf Bell, poeta catarinense (o Centro de Memória do poeta Lindolf Bell, fica em Timbó, cidade brasileira de SC, sua cidade-natal, onde foi marchand de arte, e manteve a galeria Açu-Açu.A curadora é sua fuilha, Rafaela Hering Bell, também filha da renomada artista plástica Elke Hering)


Responder


Édison Almeida Pereira

"Minha cara Clevane , bom dia!

Luz do sol e bom amanhecer lhe desejo em teu viver eterno.

Conheço bem a HISTÓRIA DOS XOKLENG, uma civilização que em nossas pesquisas
sôbre Atlântida entre outras, são como os KIRIRI, os povos que vieram do
MAR....algo que nas pesquisas sempre me deixou imensamente intrigado entre
as 28 NAÇÕES ditas INDIGENAS que eu conheci pelo mundo afora, é que a origem
do nome CHOCOLATE ou do produto em si derivado do cacau , vinha de Xoxleng,
até porque descobri remanescentes entre PORTO BELO, ITAPEMA,BOMBAS E
BOMBINHAS, Santa Catarina, desta civilização infelizmente semi destruída
pelos brancos, ou invasores...

E COMO SANTA CATARINA e o Sul do Brasil tem uma enormidade de produtores de
Chocolate pesquisei mais fundo e concluimos que até a cor deles, deu origem
ao produto final...aquele bronzeado lindissimo dos povos SILVICOLAS.

Relembrando tudo isto e minhas andanças, peço que por favor visite o site :
www.ermitaodapicinguaba.com e leia INDIO, uma vivência que de fato ocorreu
lá pelas bandas do MATO GROSSO e que há muitos e muitos anos eu também
visitei , por diversas vezes, desde os tempos em que os famosos IRMÃOS VILAS
BOAS, já lá tinham feito os primeiros contactos com nossos irmãos Xavantes,
Xaraés, Cintas LARGAS, Tupy Guaranis e tantos outros.....

É engraçado, mesmo Atlântida, tem tudo a ver com estes povos esquecidos e
semrpe será necessário mantermos acesa esta chama , para que nossos
descendentes também saibam respeitar mais as SUAS ORIGENS e tudo que a
NATUREZA nos presenteia.

Agradeço a vossa intervenção e divulgação .

Atentamente,

Édison Pereira de Almeida
Ilha da Madeira - Portugal


www.ermitaodapicinguaba.com

Visite.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Claudio Bento:Onde Mora o Coração Indígena




Na imagem,cartão,de postais antigos (cedidos por Marie Lieux), indígenas desgarrados de sua tribo, fotografados em uma experiência de poses, na França, onde o olhar triste de todos, demonstra essa dor por aquilo que foi deixado para trás.
CLAUDIO BENTO:ONDE MORA O CORAÇÃO INDÍGENA("Onde Mora Seu Coração"

O poeta mineiro Claudio Bento,atende à nossa chamada nos envia seus versos.Neles, o poeta passa claramente, a idéia de movimento, a migração, corroborado pelos gerúndios ("procurando o rio"/"procurando a identidade perdida")a mostrar a busca por essas raízes:usa a linda metáfora da veste :"...vestidos de pobreza e solidão", o que acentua o tom pungente, desse retrato em movimento, um "movie" de palavras certas, que nos traz a parte pictórica e em nossa mente, vemos um curta-metragem, um aspecto de um dos maiores problemas atuais, a busca do espaço adeqüado para ser e manter as riqueza ancestral , de cultura oral, por exemplo, os hábitos,pois mesmo que a modernidade os alcance, devem ter direito de manter vivos os ses costumes e histórias, sua História.
Lembro o maravilhsoso livro chamado "Enterrem Meu Noração na Curva do Rio", de Dee Brown (Edt.PM). O poema de Claudio bento quer explicar porque os índios procuram os barrancos...Se estudarmos as tribos, as etnias brasileiras, poderemos entender porque o avô rio é tão importante para os indígenas...Jamais esquecerei a experiência vivida no centro cultural São Bernardo,em Belo Horizonte, MG, quando, a convite de Marco Lobus,então coordenador de saraus,fui conhecer, enfim , Ailton Krenak(*)de quem ele me falava tanto:em roda, de mãos dadas, cantamos e dançamos para o "avô rio", com todo o respeito devido.Muita emoção, ohos marejados.Ao pé da fogueirinha, pintados de urucum.

Clevane Pessoa de Araíjo Lopes
(cpotiguara@yahoo.com.br)

(*) Que no Governo de Minas Gerais, aqui no Brasil,toma conta das questões indígenas.Neste blog, postei um de seus belos textos.Ailton é cultíssimoe simples qual "o caminho que anda", as águas que não param, que seguem para cumprir ciclos vitais.



ONDE MORA O SEU CORAÇÃO

Os índios da minha aldeia
Caminham tristes vestidos de pobreza e solidão

Os índios caminham tristes
Pés descalços sobre o pó das estradas

Procurando o rio da infância de seu povo
Procurando a identidade perdida a tribo perdida a esperança perdida

A alma dessa gente está guardada
Na curva do rio da sua história

Sua história suja de sangue
Sua história encharcada de lágrimas

Por isso eles caminham à procura das barrancas do rio
Onde mora o seu coração

Cláudio Bento
Poeta e compositor,
Jequitinhonha - MG

domingo, 4 de novembro de 2007

POEMA PARA O ÍNDIO XOKLENG(Lindolf Bell)


POEMA PARA O ÍNDIO XOKLENG




Lindolf Bell
Se um índio xokleng
subjaz
no teu crime branco
limpo depois de lavar as mãos

Se a terra
de um índio xokleng
alimenta teu gado
que alimenta teu grito
de obediência ou morte

Se um índio xokleng
dorme sob a terra
que arrancaste debaixo de seus pés,
sob a mira de tua espingarda
dentro de teus belos olhos azuis

Se um índio xokleng
emudeceu entre castanhas, bagas e conchas
de seus colares de festa
graças a tua força, armadilha, raça:
cala tua boca de vaidades
e lembra-te de tua raiva, ambição, crueldade

Veste a carapuça
e ensina teu filho
mais que a verdade camuflada
nos livros de história

(enviado pela pesquisadora urda Kuegler, de Sc.Em memória do grande poeta catarinense, existe em Timbó, sua cidade natal, o centro de memória Lindolf Bell,onde viveu e onde estão devidamente preservados móveis,objetos,livros, manuscritos ,etc.A curadora é sua filha Rafaela Heting bell, filha da artista plástica ,a escutora Elke Hering Bell.Rafaela , que cresceu em meio à poesia paterna e à arte materna,galeria de arte de seu pai, é diretora do MAB(Museu de Arte de Blumenau).A galeria do poeta ,que foi conhecid9o marchand chamou-se Açu-Açu.

AÇU - quer dizer "grande", "comprido".Açu-açu:muito grande.Os indígenas repetem a palavra, para dar a noção de muito, de grande, de muitos.Assim, pana-paná,muitas borboletas.Ati-ati:muitas gaivotas.