domingo, 4 de novembro de 2007
POEMA PARA O ÍNDIO XOKLENG(Lindolf Bell)
POEMA PARA O ÍNDIO XOKLENG
Lindolf Bell
Se um índio xokleng
subjaz
no teu crime branco
limpo depois de lavar as mãos
Se a terra
de um índio xokleng
alimenta teu gado
que alimenta teu grito
de obediência ou morte
Se um índio xokleng
dorme sob a terra
que arrancaste debaixo de seus pés,
sob a mira de tua espingarda
dentro de teus belos olhos azuis
Se um índio xokleng
emudeceu entre castanhas, bagas e conchas
de seus colares de festa
graças a tua força, armadilha, raça:
cala tua boca de vaidades
e lembra-te de tua raiva, ambição, crueldade
Veste a carapuça
e ensina teu filho
mais que a verdade camuflada
nos livros de história
(enviado pela pesquisadora urda Kuegler, de Sc.Em memória do grande poeta catarinense, existe em Timbó, sua cidade natal, o centro de memória Lindolf Bell,onde viveu e onde estão devidamente preservados móveis,objetos,livros, manuscritos ,etc.A curadora é sua filha Rafaela Heting bell, filha da artista plástica ,a escutora Elke Hering Bell.Rafaela , que cresceu em meio à poesia paterna e à arte materna,galeria de arte de seu pai, é diretora do MAB(Museu de Arte de Blumenau).A galeria do poeta ,que foi conhecid9o marchand chamou-se Açu-Açu.
AÇU - quer dizer "grande", "comprido".Açu-açu:muito grande.Os indígenas repetem a palavra, para dar a noção de muito, de grande, de muitos.Assim, pana-paná,muitas borboletas.Ati-ati:muitas gaivotas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário