segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Claudio Bento:Onde Mora o Coração Indígena




Na imagem,cartão,de postais antigos (cedidos por Marie Lieux), indígenas desgarrados de sua tribo, fotografados em uma experiência de poses, na França, onde o olhar triste de todos, demonstra essa dor por aquilo que foi deixado para trás.
CLAUDIO BENTO:ONDE MORA O CORAÇÃO INDÍGENA("Onde Mora Seu Coração"

O poeta mineiro Claudio Bento,atende à nossa chamada nos envia seus versos.Neles, o poeta passa claramente, a idéia de movimento, a migração, corroborado pelos gerúndios ("procurando o rio"/"procurando a identidade perdida")a mostrar a busca por essas raízes:usa a linda metáfora da veste :"...vestidos de pobreza e solidão", o que acentua o tom pungente, desse retrato em movimento, um "movie" de palavras certas, que nos traz a parte pictórica e em nossa mente, vemos um curta-metragem, um aspecto de um dos maiores problemas atuais, a busca do espaço adeqüado para ser e manter as riqueza ancestral , de cultura oral, por exemplo, os hábitos,pois mesmo que a modernidade os alcance, devem ter direito de manter vivos os ses costumes e histórias, sua História.
Lembro o maravilhsoso livro chamado "Enterrem Meu Noração na Curva do Rio", de Dee Brown (Edt.PM). O poema de Claudio bento quer explicar porque os índios procuram os barrancos...Se estudarmos as tribos, as etnias brasileiras, poderemos entender porque o avô rio é tão importante para os indígenas...Jamais esquecerei a experiência vivida no centro cultural São Bernardo,em Belo Horizonte, MG, quando, a convite de Marco Lobus,então coordenador de saraus,fui conhecer, enfim , Ailton Krenak(*)de quem ele me falava tanto:em roda, de mãos dadas, cantamos e dançamos para o "avô rio", com todo o respeito devido.Muita emoção, ohos marejados.Ao pé da fogueirinha, pintados de urucum.

Clevane Pessoa de Araíjo Lopes
(cpotiguara@yahoo.com.br)

(*) Que no Governo de Minas Gerais, aqui no Brasil,toma conta das questões indígenas.Neste blog, postei um de seus belos textos.Ailton é cultíssimoe simples qual "o caminho que anda", as águas que não param, que seguem para cumprir ciclos vitais.



ONDE MORA O SEU CORAÇÃO

Os índios da minha aldeia
Caminham tristes vestidos de pobreza e solidão

Os índios caminham tristes
Pés descalços sobre o pó das estradas

Procurando o rio da infância de seu povo
Procurando a identidade perdida a tribo perdida a esperança perdida

A alma dessa gente está guardada
Na curva do rio da sua história

Sua história suja de sangue
Sua história encharcada de lágrimas

Por isso eles caminham à procura das barrancas do rio
Onde mora o seu coração

Cláudio Bento
Poeta e compositor,
Jequitinhonha - MG

Nenhum comentário: